sábado, 3 de novembro de 2007

Ética jornalística. Quem dá mais?

Certa vez ouvi de um jornalista a seguinte frase: “Não escreva como jornalista o que você jamais escreveria como cidadão”.

Imediatamente, me veio à mente a questão da ética jornalística e várias outras perguntas inquietantes, como: será que ética é somente o material publicado? Em que época devo começar a ser ético? Na faculdade ou no trabalho? Será que alguém vai notar se sou ético ou não?

Há alguns dias, me deparei com uma situação verdadeiramente desconfortável. Um grupo de alunos, ao não cumprir uma tarefa pedida em sala de aula, decidiu forjar o material jornalístico.

Confesso que fiquei pasma com a atitude e me perguntei: por que não assumiram o erro? Por que não me pediram mais um ou dois dias de prazo? Por que tomaram esta atitude tão vil e baixa? Em que momento acharam que era legítimo falsificar uma entrevista? Por que acharam que eu acreditaria no golpe? Será que me consideram tão idiota ao ponto de não desconfiar da falsificação?

Essas foram apenas algumas perguntas que tomaram conta do meu pensamento por dias a fio. As respostas? Acho que nunca as terei. De tanto pensar, acabei chegando a discussão da ética jornalística e me lembrei da famosa frase do Cláudio Abramo: "Minha ética como marceneiro é igual à minha ética como jornalista; não tenho duas”.

Acredito que ele está correto em afirmar que devemos ter somente uma postura ética em relação aos fatos que ocorrem em nossa vida. Não dá para se ter dois comportamentos distintos. Portanto, posso afirmar, a partir deste pensamento que, o aluno que tenta ludibriar o professor, infelizmente, será no futuro um profissional medíocre, sujeito a não ser respeitado na área. Se é que vai conseguir chegar lá.

Felizmente, ética não se compra na farmácia da esquina!!

4 comentários:

Anônimo disse...

Ol� Liana,
Estou acompanhando a fervorosa discuss�o no "Futuro do Jornalismo". Vi seu coment�rio e resolvi dar uma olhada no seu blog...
Certa vez um aluno copiou uma resenha minha e entregou ao professor. Ele n�o mudou nada do que eu havia escrito, apenas mudou o nome. Sorte minha, o professor j� me conhecia e respeitava como aluna e soube na hora que quem estava errado era o outro.
Coincid�ncia ou n�o, a resenha era do livro "Regra do Jogo", do Cl�udio Abramo, autor da famosa frase sobre a �tica do jornalista.
Acho que muitos alunos acreditam que s�o t�o espertos que podem agir da maneira que quiserem. N�o sei, mas devem imaginar que o que fazem na faculdade n�o afetar� em nada o profissional que eles se tornar�o no futuro.
Voc� como professora, sabe que essa � uma pr�tica, infelizmente, comum nas universidades. N�o gostaria que fosse assim. Existem pessoas que at� no oitavo semestre copiam material de outros.
Bom que ainda existam alguns alunos e profissionais que querem mudar um pouquinho essa situa�o.

Beijos pra vc e para o menino Arthur, o s�o paulino mais lindo do mundo!

@talitaribeiro disse...

É injustificavel esse tipo de atitude. Não há falta de tempo que justifique deslealdade para com o professor e para consigo memos como profissional. O que mais me irrita nessa história toda é que as pessoas se negam a debater sobre e ainda querem reclamar por seus "direitos". A culpa é sempre do outro, do contexto, da universidade... E quando nos tornaremos responsáveis por nossas ações?

Sandra Santos disse...

Liana, você tem toda razão. Como pode um rélis aluno achar que pode enganar um professor. Infelizmente, o que acaba acontecendo depois é encontrarmos com um mal profissional desses, no mercado de trabalho. Imagino um tipo assim trabalhando com jornalismo de sensacionalismo. Isso dá arrepios...
Longe de mim, gente assim.
Amei o blog. Visitarei mais vezes.
Beijos

Liana Vidigal disse...

Meninas,
Nas universidades norte-americanas, se vc copiar um trecho sequer de um texto (trabalho) seja de um colega ou de um jornal, revista ou internet, você é expulso.

Se vivêssemos num país sério, o mínimo que deveria acontecer com este grupo era levar uma suspensãoe ter este episódio registrado no histórico.